Teste refeito pelo Fantástico mostra que riso é contagiante

 

Edição do dia 08/01/2012 - Atualizado em 08/01/2012 23h49

https://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1677730-15605,00.html

Em vídeo visto 3 milhões de vezes na internet pessoas começam a rir do nada em metrô de Berlim

 

Um vídeo já foi visto 3 milhões de vezes na internet. No metrô de Berlim, algumas pessoas começam a rir - aparentemente do nada. No início, todo mundo estranha a situação. Afinal, do que estão rindo? Mas, só é preciso alguns instantes para que os passageiros sejam contagiados pelas gargalhadas. O vagão inteiro acaba caindo no riso. Quem disse que os alemães não saem do sério?

O Fantástico foi atrás do grupo que bolou essa bagunça. Uma turma de terapeutas alemãs acredita que falta alegria no cotidiano de muitos conterrâneos.

“A ação quebrou o famoso mau-humor berlinense. Eu moro aqui desde que nasci, normalmente ninguém nem se olha no metrô. Imagina cair na risada juntos. Foi surpreendente”.

Segundo elas, rir traz grande benefícios para a saúde.

Outra terapeuta diz que um minuto gargalhando tem o mesmo efeito de dez minutos de malhação. Além de fortalecer a musculatura, ativa o sistema imunológico.

Será que a experiência funcionaria no Brasil? O Fantástico foi testar.

Um vagão da linha 2 do Metrô foi especialmente preparado pra gente fazer essa brincadeira. O Fantástico instalou câmeras dentro do vagão. E quem vai ajudar é o Davidson, o Matizael, Marcelo e a Márcia.

Zeca: Vocês ensaiaram alguma coisa pra fazer isso? Não, é só pra rir?
Marcelo: É só pra rir.

Mas antes, que tal ouvir alguém que tem muita experiência no assunto?

“Desde pequena eu sou assim. Eu era a palhaça da família. Nos Natais quem imitava era eu. Hoje em dia eu cobro um cachê alto pra família”, conta Heloísa Perissée .

Viver de fazer os outros rirem. A atriz Heloísa Perissée sabe como é isso. E vai viver a jovem Dercy Gonçalves na tela da Globo a partir de terça-feira na minissérie que conta a vida de uma das maiores comediantes que o Brasil já teve.

Zeca: Você como profissional do riso deve saber. É muito difícil fazer as pessoas rirem?

Heloísa: Olha, eu acho assim, Zeca, para fazer rir você tem que ter uma intenção contrária. Não querer fazer rir. E eu acho que o riso puxa o riso.

Zeca: Sua experiência até de palco, que você começou a experimentar isso. Se você fizer uma pessoa rir, isso contagia a plateia?

Heloísa: Contagia a plateia. Às vezes tem um que tem uma risada engraçada, aí está bom. Aí foi a graça. Todo mundo já riu.

Maria Adelaide Amaral, a autora de "Dercy de Verdade", diz que poucos sabiam fazer rir como a comediante.

Zeca: Fazer rir pra Dercy era uma coisa fácil?

Maria Adelaide Amaral: Era Natural. Eu acho que o difícil era ela ficar séria em público.
Uma força da natureza total. Ninguém conseguia dirigir, ninguém conseguia deter.

Também na minissérie, a atriz Fafy Siqueira interpreta a comediante em outra fase da sua vida - tudo para revelar uma Dercy talvez desconhecida pelo grande público.

Maria Adelaide Amaral: Ela tinha um pudor enorme. Ela era uma pessoa cheia de contrastes, cheia de contradições, uma figura paradoxal. Acho que é por isso que ela é tão rica.

E que ao longo da sua vida fez muita gente rir. Um exemplo para os os comediantes do nosso desafio no metrô. Será que eles vão conseguir contagiar todo mundo no vagão?

Zeca: Fizeram você rir. Quando você vê uma pessoa rindo de uma maneira diferente, qual é a sua reação?
Passageira: Eu comecei a rir. Não entendi nada.
Zeca: Você nem sabia do que eles estavam rindo.
Passageira: Não.
Zeca: Você sabia do que eles estavam rindo?
Passageiro: Não sabia não.
Zeca: E você achou graça?
Passageiro: Muito engraçado.
Zeca: Você acha que é contagiante?
Passageiro: Com certeza.

Passageiro: Eu não tava entendendo nada. Eu estou olhando e está todo mundo rindo. Todo mundo rindo. E não estava entendo.
Zeca: Mas na hora que todo mundo começa a rir você não aguenta.
Passageiro: Eu fiquei rindo por causa dele. Ele rindo muito. Mas não entendi nada.

Zeca: Mas não é melhor viajar assim de metrô? É melhor pegar um vagão assim que está todo mundo.
Passageiro: Com certeza. Dá uma animação.

“Aí vem o prazer do riso e aquela coisa de começar o dia mais animado, com mais energia”, afirma a atriz Marcia Goulart.

Não existem estudos definitivos, mas se acredita que a risada possa ser contagiante como os bocejos. Quando vemos alguém bocejar, o nosso cérebro nos faz imitar instintivamente.

Parece uma lenda urbana, mas já houve casos de contágio por riso. O mais grave já registrado pela medicina aconteceu em 1962, na Tanzânia. No vilarejo de Kashasha, algumas meninas começaram a rir e "contagiaram" 95 pessoas que passaram 16 dias rindo. Nunca se descobriu o que provocou um ataque de riso tão intenso.

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